Albânia x Suiça
O jogo entre Albânia e Suíça foi
muito esperado para que pudéssemos ver o primeiro jogo da história da Eurocopa
em que irmãos jogariam por países diferentes. A história é boa, mas quem é que
realmente se importa com os irmãos Xhaka além da família deles? A transmissão
não precisava citar o caso em todas as vezes que eles pegavam na bola.
Quanto ao jogo, uma partida bem xoxa
e bem decepcionante. A Suíça, seleção que mais cresceu nos últimos 10 anos, foi
muito mal o jogo inteiro. Haris Seferovic é muito fraco e os dois pontas foram
ineficientes. Shaqiri foi muito mal, errou passes e perdeu um número absurdo de
bolas (quatro). Mehmedi, o outro atacante, dizem que estava em campo, mas eu
não vi. O ótimo zagueiro Fabian Schaar abriu o placar do jogo com uma cabeçada
logo no início em uma falha bisonha de Etrit Berisha, goleiro da Albânia. Nos
minutos que sucederam, a Suíça seguiu no ataque e Albânia continuou forçando
contra-ataques. Foi assim toda a primeira metade jogo, sendo que a expulsão de
Lorik Cana, capitão albanês, pouca diferença fez no resultado final do jogo. Na
troca de período a Albânia veio pressionando mais, enquanto a Suíça tentava
contra-ataques ineficientes e desastrosos. É um absurdo que uma equipe que
tenha um jogador com a qualidade de passe do Granit Xhaka aceite jogar sem a
posse de bola contra a fraca Albânia. Mesmo com um a mais a Suíça morreu e
ficou muito próxima de sofrer o empate. Sadiku e Gashi perderam chances
incríveis.
O futuro da Suíça
A defesa é, de novo, o ponto forte
da equipe. O problema é que toda a evolução ofensiva conseguida com Ottmar
Hitzfeld parece ter acabado. Não há movimentação e participação, com muitos
jogadores desaparecendo no decorrer do jogo. É fundamental que Shaqiri varie
entre o lado direito e esquerdo para que o outro ponta possa jogar, além do que
facilita muito para Seferovic finalizar quando o lado do ataque não fica
manjado. Além disso, Embolo TEM que ser titular dessa equipe. Ele dá outra
dinâmica ao jogo e pode servir para desafogar o ataque travado da seleção.
Outra mudança possível é a saída de Dzemaili e a entrada de Frei ou Fernandes
na posição para que Xhaka possa ser liberado de qualquer função defensiva.
O futuro da Albânia
Eu esperava menos, mas o que foi
mostrado hoje ainda é muito pouco para tentar vencer a Romênia. Poderiam ter
conseguido um empate caso tivessem jogadores com melhor poder de finalização.
Vão perder pra França, certamente, mas parecem ter jogadores individualmente
melhores que a Romênia. Só precisam demonstrar algum padrão tático, coisa que o time da terra do drácula já mostrou que tem.
Craque do jogo
Hysaj foi muito bem tanto na defesa como
no apoio e Fabian Schaar foi fundamental para o desempenho da equipe Suíça. Mas
quem mudou mesmo o resultado do jogo foi o ótimo Yann Sommer. O goleiro salvou
três bolas que poderiam ter quebrado o jogo da Suíça. Detalhe: Sommer é o
substituto de Diego Benaglio, que por sua vez foi substituto de Zuberbuhler.
Esse é um país bom para nascerem goleiros
Curiosidade: quem assistiu ao jogo
deve ter percebido que Behrami e Shaqiri foram vaiados sempre que pegavam na
bola. Motivo: ambos nasceram na Albânia e escolheram jogar pela Suíça. Mas a
parte mais louca disso tudo vem agora: os cinco meias da Suíça são descendentes
de Albaneses e possuem nacionalidade. Mais do que isso: dos 23 convocados, 14
são jogadores com descendência e que poderiam jogar em outros países.
País de Gales x Eslováquia
Basicamente o melhor jogo do
campeonato até aqui. A seleção de Galês joga como o São Paulo de Muricy Ramalho
nos seus melhores tempos. O 3-5-2 é um esquema muito divertido, mas exige um
absurdo de atenção e correria de todos os jogadores, especialmente dos laterais. A Juve desse ano usou o esquema e tinha Lichtsteiner (que é
um tanque de oxigênio em corpo de gente) e Alex Sandro (que é moleque) pelos
lados, jogadores que correm muito e conseguem apoiar e cobrir os problemas do
esquema. A correria aqui ficou a cargo de Chris Gunter e Neil Taylor,
que foram perfeitos na cobertura. Restou então colher os louros da estratégia.
É fundamental entendermos que a
seleção galesa definitivamente não é apenas Gareth Bale. O meio campo formado
por jogadores como Joe Allen e Aaron Ramsey tem uma qualidade absurda para
alimentar os homens de frente, além do que Jonathan Willians é um desses
jogadores que irritam qualquer defensor. A ideia era entrar em campo e tentar
controlar o ritmo do jogo, coisa que a equipe conseguiu razoavelmente. Poderia
ter tido mais sucesso, mas a Eslováquia entrou para matar. Literalmente. Martin
Skrtel deu cotoveladas e carrinhos despropositados que fariam Roy Keane sentir
vergonha. Além dele, toda a equipe se comportou como psicopatas recém-libertos
da prisão e com uma sede insaciável por violência, mas eles também jogaram um
pouco de futebol (não muito, só um pouco). O estilo de jogo mais ordinário não impediu que eles criassem chances:
foram 13 finalizações (duas a mais que Gales) e 55% da posse de bola. Os
eslovacos só não conseguiram fazer gols porque o encaixe era perfeito. Mak e
Weiss foram engolidos pelos alas e Hamsik não rendeu contra Allen. Hamsik,
aliás, teve a melhor chance em uma falha defensiva do adversário, mas Ben
Davies fez um corte espetacular antes que a bola entrasse.
Os gols do jogo foram marcados por
Gareth Bale, em falha bizarra de Kozacik, Duda, em falha de Ashley Willians, e
Robson-Kanu.
Segue o jogo! |
O futuro de Gales
Ninguém esperava uma vitória da
equipe na competição, mas eis que após uma rodada completa Gales é a primeira
do seu grupo. Se roubar pontos contra a Inglaterra no próximo jogo a equipe
deve se garantir na próxima fase da competição entre os dois primeiros do
grupo; e é bem provável que eles consigam o mesmo contra a Rússia. Se tudo der
certo, Gales pode terminar a primeira fase em primeiro e sonhar até mesmo com
as semifinais da competição. Não são necessários muitos ajustes, mas eu
gostaria de ver Andy King no lugar de Edwards.
O futuro da Eslováquia
Ou vencem a Rússia ou já podem ir
embora. O elenco não tem profundidade, mas eles precisam urgentemente colocar
um atacante de verdade. Duris foi insignificante no jogo e pode ser que Sestak
consiga ser este cara. O fato mesmo é que esse time é muito mais fraco que
aquele que eliminaram a Itália e chegaram as oitavas da Copa do Mundo de 2010.
Um jogador como Robert Vittek, vice-artilheiro do mundial daquele ano, seria
fundamental para a equipe. Será legal ver como a defesa travada russa enfrenta
o ataque lento Eslováquia e como a defesa violenta da Eslováquia marca os
jogadores de concreto da Rússia. É... Legal não vai ser, mas vai ser bem
divertido!
Craque do jogo
Não tem muito fugir do óbvio: Gareth Bale, sem
dúvidas.
Curiosidade: vocês repararam em como são feios os
jogadores da Eslováquia? Em 2010 eles ficaram conhecidos pelas cabeças
raspadas, mas dessa vez eles vão ser lembrados como os caras com cara de vilãode filme de terror (ruim) europeu.
Curiosidade II: Joe Ledley tem a melhor barba do
mundo!
Inglaterra x Rússia
Eu fiquei meio que em choque quando eu descobri que
a Inglaterra tinha se classificado em primeiro lugar nas Eliminatórias com CEM
POR CENTO de aproveitamento, tornando-se apenas a quinta seleção da história a
conseguir isso. Mais surpreso eu fiquei quando jogo começou e eles foram
mostrando um futebol envolvente e equilibrado, pressionando a Rússia e
ameaçando uma bela goleada. Será que tudo aquilo que a gente imaginava da
Inglaterra estava errado? Será que a juventude poderia mesmo competir contra a
pressão? Será que eles seriam os favoritos ao título? Nah, claro que não. Mas
antes de zoar os ingleses (o que é tipo bater em um cara que tá bêbado a mais
de 50 anos) vamos pensar nas coisas boas que a equipe fez.
Roy Hodgson montou uma equipe no 4-3-3 com muita
variação e mobilidade, raras ocasiões de ligação diretas e muitas jogadas pelos
cantos. O time russo foi pego desprevenido e simplesmente não viu a cor da
bola. A defesa lenta não parava os jovens velocistas ingleses e o gol estava
ficando cada vez mais maduro. Madurou tanto que apodreceu. A Rússia se armou na
defesa e com muita calma e experiência foi drenando o ímpeto inglês. Numeros:
nos 15 minutos inicias, a posse de bola da Inglaterra foi de 79% e foram feitas
seis finalizações contra nenhuma do adversário. No período restante do primeiro
tempo foram 54% de posse e três finalizações contra uma. Fato é que a defesa
russa é MUITO consistente, tendo mostrado isso em alguns jogos já na Copa de
2014. Veio o segundo tempo e ~ parece que o jogo virou não é mesmo? ~.
A Rússia veio pressionando e forçando algumas
jogadas pelos cantos e foi a vez da Inglaterra ficar atônita. O problema é que
a defesa inglesa é MUITO fraca e os russos começaram a comandar o jogo. O gol
estava ficando cada vez mais maduro. Madurou tanto que apodreceu. Usando jogo
de contra-ataques a Inglaterra chegou duas vezes perto do gol Wayne Rooney.
Números: entre o início do segundo tempo e o gol de Dyer a equipe russa deu
quatro chutes contra dois dos ingleses. A cobrança de falta de Dyer parecia ter
sido a pá de cal definitiva e a Inglaterra voltou a sufocar, ainda que não
tivesse a posse de bola. Os laterais voltaram a descer bem e Hodgson fez
alterações para povoar a defesa e assim liberar Harry Kane e Lallana de
qualquer função defensiva. O contra-ataque estava tão bom que a Rússia foi
morrendo aos poucos e começou a trocar passes que não levariam ninguém a lugar
algum. Ainda que quem devesse estar mais perto do gol fosse a Rússia, foi a
Inglaterra que ameaçou mais. O gol estava ficando cada vez mais maduro, aí
adivinha? Apodreceu. Números: entre o gol de Dyer e o apito final foram três
finalizações inglesas contra apenas uma russa. Essa única foi de um zagueiro e
decretou o empate no minuto final do jogo.
O que aprendemos crianças? 1º Quem não faz toma; 2º
Nunca se empolgue com a Inglaterra; 3º A Inglaterra está lascada.
O futuro da Inglaterra
Harry Kane e Rooney juntos só faria sentido se eles
trocassem de posições com o decorrer do jogo. Usar Rooney como segundo volante
é uma estupidez enorme. Lallana não pode ser titular. O elenco é bom, mas esse
4-3-3 foi um total desastre no primeiro jogo. Contra Gales eles vão precisar de
um meio campo povoado e de um centroavante finalizador. Jamie Vardy precisa
começar o jogo como titular.
O futuro da Rússia
Tomara que não haja mortes contra a Eslováquia.
Sangue sim, morte não.
Craque do jogo
Kyle Walker mostrou hoje que é um lateral de elite e
um dos melhores do mundo, mas não tem como escolher outro jogador que não seja Vasili
Berezutski. Além do gol ele simplesmente dominou o ataque inglês e
especialmente Harry Kane.
Curiosidade: Alguém ai assistiu o jogo na Band? Foi
simplesmente hilário ver o Edmundo tendo dificuldades para falar Akinfeev em um
jogo nomes como: Ignashevich, Glushakov, Dzyuba e o surreal Neustädter.
Curiosidade II: Akinfeev é péssimo. Pegou uma bola
espetacular de Rooney, ok, mas rebateu bizarramente duas bolas que foram em sua
direção (uma inclusive foi para trás e quase entrou) e falhou no lance do gol,
afinal podia ter pegado se desse um passo para trás e outro para o lado
direito. Digo isso porque foi dele o frango mais genial da copa de 2014:
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