segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Prêmio para quê(m)?

            Premiação é uma coisa estúpida. Não as galas, estas servem pra gente se distrair nas inter temporadas, ver os jogadores passando vergonha enquanto dão entrevistas desconcertados e ter alguma coisa pra falar nas conversas ordinárias do dia seguinte com os amigos. A bobagem dessas premiações é essa mania quase fetichista de ficar comparando jogadores que jogam em países diferentes, posições diferentes e com características diferentes. Mas isso não é só no futebol: cinema, música, televisão... Sabe-se lá por que atividade cultural humana precisa ser comparada e julgada, mas o fato é que isso acontece e a gente até se diverte. Prêmios de melhor jogador de um campeonato como a Bola de Prata ou o Oscar del Calcio até são bacaninhas, afinal marcam a despedida dos torcedores de seus jogadores que agora entram em férias. Quando a premiação é abrangente e bem localizada no calendário ela até tem algum valor, coisa que não acontece na Bola de Ouro da FIFA. Entendamos por que.


"Sou foda, nem joguei direito e ganhei como sempre"

Por algum motivo muito louco os prêmios são distribuídos em janeiro, ou seja, em pleno movimento da temporada europeia. A explicação seria que a data serve para marcar o início do novo ano e indica que o prêmio vai para aquele desempenhou as melhores atuações no ano anterior.  O problema é que com a mudança na temporada fica muito difícil entender qual jogador foi o melhor. Nesta última, por exemplo: Messi foi ótimo na temporada 14/15, tendo grande atuação na fase final da Liga dos Campeões e conquistando todos os títulos possíveis que disputou com a seleção (a final da Supercopa Espanhola valeu pela temporada 15/16), além de ter feito uma boa Copa América, sendo vice campeão no Chile. Mas seu início na temporada atual foi pífio, especialmente por causa de uma lesão que o tirou de várias partidas. É justo um jogador ser eleito o melhor de um ano tendo jogado bem em só metade dele? Não.
O contra-argumento a essa ideia é o fato do prêmio ter um período de elegibilidade que inclui poucas partidas da nova temporada, geralmente de outubro a outubro. Temos dois problemas então. O primeiro é que escolher o melhor jogador não pode ser um processo tão difícil que leve três meses para ser realizado. O segundo é que todo esse processo de eleição acaba escondendo as atuações ocorridas nessa época. Se pudéssemos indicar os três melhores jogadores dessa meia temporada europeia não teríamos nem Cristiano Ronaldo, nem Messi, mas sim Ozil, Aubameyang e Neymar ou uns cinco outros possíveis candidatos. Ainda que terminem em alta as competições, as atuações realizadas na primeira metade do ano de futebol serão totalmente ignoradas, tendo que se destacar muito mais entre janeiro e julho.

Ozil é um dos melhores do mundo nesse momento, mas acho que o pé de apoio tá meio errado nessa foto
Outro problema na Bola de Ouro, este bem mais antigo, é o euro centrismo da competição. Nunca um jogador atuando na América chegou ao Top 3, sendo que em apenas quatro vezes (Juninho Paulista, Batistuta e duas vezes Romário) alguém chegou ao Top 10. Não é só uma questão de olhar as ligas nacionais, que geralmente tem um nível inferior, mas também levar em consideração o campeonato continental de seleções. Enquanto o desempenho na EuroCopa e na Champions é considerado definitivo para ganhar o prêmio, a FIFA simplesmente ignora as atuações dos jogadores na Copa América e na Libertadores. Arturo Vidal, por exemplo, fez uma temporada absurda. Foi campeão da Coppa Italia, da Serie A e chegou ao vice-campeonato da Champions com a Juventus. Além disso, foi campeão da Copa América liderando a equipe chilena. Mesmo com toda essa ótima temporada ele não chegou ao Top 3, coisa que não foi difícil para Franck Ribery quando fez temporada semelhante em 2013. Toda essa dificuldade para o desenvolto do futebol na América também tem como culpada a indiferença da organização maior para com o seu futebol.

Vidal quando não está atropelando pessoas está sendo fofo
O prêmio de 2016 foi para Messi de novo e este resultado tem que ser contestado. Neymar conseguiu manter o nível da equipe quando Messi se machucou e hoje (por hoje eu quero dizer hoje mesmo, neste momento) é o melhor jogador do mundo sem ter ninguém nem perto da vista. Já poderia ter ganho nesta edição e ninguém ficaria indignado se isto acontecesse. Não foi agora, talvez não seja na próxima ou talvez ele nunca consiga tirar a coroa da dupla CR7 e Messi, mais importante que isso é estar lá frequentemente e conseguir manter o seu nível de jogo. Seus fãs podem e orgulhar, afinal foi ele aquele que mais se aproximou de roubara a coroa dos atuais reis do futebol.

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Essa foi a melhor foto do festejo de hoje:

O que cada um deles está pensando? Cristiano Ronaldo: "Fica com sua bola de ouro ae que vou pegar sua mulher FDP" Lionel Messi: "Que gato!!!" Antonella: "Que gato!!!" Neymar: "Será que a cerveja da festa é Brahma?"

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