"Sou foda, nem joguei direito e ganhei como sempre" |
Por algum motivo muito louco os prêmios são
distribuídos em janeiro, ou seja, em pleno movimento da temporada europeia. A
explicação seria que a data serve para marcar o início do novo ano e indica que
o prêmio vai para aquele desempenhou as melhores atuações no ano anterior. O problema é que com a mudança na temporada
fica muito difícil entender qual jogador foi o melhor. Nesta última, por
exemplo: Messi foi ótimo na temporada 14/15, tendo grande atuação na fase final
da Liga dos Campeões e conquistando todos os títulos possíveis que disputou com
a seleção (a final da Supercopa Espanhola valeu pela temporada 15/16), além de
ter feito uma boa Copa América, sendo vice campeão no Chile. Mas seu início na
temporada atual foi pífio, especialmente por causa de uma lesão que o tirou de
várias partidas. É justo um jogador ser eleito o melhor de um ano tendo jogado
bem em só metade dele? Não.
O contra-argumento a essa ideia é o fato do prêmio
ter um período de elegibilidade que inclui poucas partidas da nova temporada,
geralmente de outubro a outubro. Temos dois problemas então. O primeiro é que
escolher o melhor jogador não pode ser um processo tão difícil que leve três
meses para ser realizado. O segundo é que todo esse processo de eleição acaba
escondendo as atuações ocorridas nessa época. Se pudéssemos indicar os três
melhores jogadores dessa meia temporada europeia não teríamos nem Cristiano
Ronaldo, nem Messi, mas sim Ozil, Aubameyang e Neymar ou uns cinco outros
possíveis candidatos. Ainda que terminem em alta as competições, as atuações
realizadas na primeira metade do ano de futebol serão totalmente ignoradas,
tendo que se destacar muito mais entre janeiro e julho.
Ozil é um dos melhores do mundo nesse momento, mas acho que o pé de apoio tá meio errado nessa foto |
Outro problema na Bola de Ouro, este bem mais
antigo, é o euro centrismo da competição. Nunca um jogador atuando na América
chegou ao Top 3, sendo que em apenas quatro vezes (Juninho Paulista, Batistuta
e duas vezes Romário) alguém chegou ao Top 10. Não é só uma questão de olhar as
ligas nacionais, que geralmente tem um nível inferior, mas também levar em
consideração o campeonato continental de seleções. Enquanto o desempenho na
EuroCopa e na Champions é considerado definitivo para ganhar o prêmio, a FIFA
simplesmente ignora as atuações dos jogadores na Copa América e na
Libertadores. Arturo Vidal, por exemplo, fez uma temporada absurda. Foi campeão
da Coppa Italia, da Serie A e chegou ao vice-campeonato da Champions com a Juventus.
Além disso, foi campeão da Copa América liderando a equipe chilena. Mesmo com
toda essa ótima temporada ele não chegou ao Top 3, coisa que não foi difícil
para Franck Ribery quando fez temporada semelhante em 2013. Toda essa
dificuldade para o desenvolto do futebol na América também tem como culpada a
indiferença da organização maior para com o seu futebol.
Vidal quando não está atropelando pessoas está sendo fofo |
O prêmio de 2016 foi para Messi de novo e este
resultado tem que ser contestado. Neymar conseguiu manter o nível da equipe
quando Messi se machucou e hoje (por hoje eu quero dizer hoje mesmo, neste
momento) é o melhor jogador do mundo sem ter ninguém nem perto da vista. Já poderia ter ganho nesta edição e ninguém ficaria indignado se isto acontecesse. Não
foi agora, talvez não seja na próxima ou talvez ele nunca consiga tirar a coroa
da dupla CR7 e Messi, mais importante que isso é estar lá frequentemente e conseguir manter o seu nível de jogo. Seus fãs podem e orgulhar, afinal foi ele aquele que mais se aproximou de roubara a coroa dos atuais reis do futebol.
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Essa foi a melhor foto do festejo de hoje:
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